O Governo oficializou, entretanto, a celebração de contratos para a compra de 389 autocarros elétricos, recorrendo, para o efeito, a financiamento obtido através da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Estes veículos deverão, assim, entrar em funcionamento até 2026, abrangendo mais de 70 concelhos do continente.
Segundo o Executivo, esta medida tem como objetivo “aumentar a frota de autocarros de emissões nulas e expandir a rede de infraestruturas de carregamento e abastecimento em todo o país”.
Estes 389 autocarros irão somar-se aos 413 já contemplados num concurso público lançado no ano anterior.
Setenta e quatro entidades — incluindo operadores de transporte, comunidades intermunicipais e autarquias — apresentaram propostas para receber a nova frota de autocarros.
O Ministério do Ambiente estimou em 211 milhões de euros o investimento necessário para adquirir mais de 800 autocarros, sendo o financiamento garantido pelo PRR.
Principais beneficiários
Entre os principais beneficiários destacam-se a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, que receberá 10,9 milhões de euros para adquirir 44 autocarros, e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, com um apoio de 9,5 milhões para a compra de 38 veículos. A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela terá um financiamento de 11,6 milhões para adquirir 31 unidades, enquanto a Translagos – Transportes Públicos receberá 5,3 milhões para a aquisição de 18 viaturas. Já à Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo será atribuído um apoio de 4,9 milhões para a compra de 16 autocarros.
A Eva – Transportes, com sede em Faro, contará com um financiamento de 3,4 milhões de euros para reforçar a sua frota com 13 autocarros. A ETUG – Empresa de Transportes Urbanos da Guarda será contemplada com 5,3 milhões para adquirir 11 viaturas. A Cascais Próxima também irá receber 3,3 milhões, igualmente para a compra de 11 veículos. Outras entidades com apoios significativos incluem a Rodoamarante (2,4 milhões), a Penafiel Expressdiagram (2,8 milhões) e a Valpi Bus Alberto Pinto e Filhos (1,8 milhões), cada uma responsável pela aquisição de 10 autocarros.
Urgência na implementação
O Ministério do Ambiente salientou a importância de acelerar todo o processo, relembrando que o fabrico, entrega e instalação das infraestruturas associadas demora, em média, cerca de 15 meses. Por isso, os responsáveis devem cumprir rigorosamente os prazos para garantir o cumprimento do calendário do PRR. A conclusão do programa está prevista para março de 2026.
Versatilidade e impacto social
Na cerimónia de assinatura dos protocolos, que teve lugar em Lisboa, a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, sublinhou a adaptabilidade dos novos veículos. Os operadores irão utilizá-los tanto no transporte urbano como em serviços escolares, incluindo o apoio a pessoas com mobilidade reduzida.
“Portanto, é algo que é um programa de descarbonização dos transportes, mas também de coesão territorial e de coesão social”, afirmou a ministra.
Fonte: WELECTRIC
