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O estado das baterias

O Estado das Baterias: Como saber realmente a sua condição? ...

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E então, ainda não sabe qual o melhor método para avaliar o estado de saúde da bateria do seu veículo elétrico? O desconhecimento generalizado e os “especialistas de bancada” só complicam mais a questão, mas vamos esclarecer de uma forma simples.

O SOH (State of Health), ou estado de saúde, é o acrónimo mais utilizado pelos condutores de veículos elétricos nos últimos anos. Isto porque é o indicador mais importante na avaliação de um carro elétrico, uma vez que nos permite saber o estado de saúde da bateria — o componente mais caro do veículo e que, após alguns anos, pode valer mais do que o próprio automóvel. Mas quantas formas existem de calcular este valor? Na realidade, apenas duas: medição real ou medição estimada (também conhecida como cálculo).

Quais as diferenças?

1. O Estado das Baterias: Medição Real

Este método envolve a desmontagem da bateria e a realização de um ciclo de carga e descarga individual para cada célula. Ao “encher o recipiente vazio”, conseguimos, com precisão, determinar a capacidade e, por conseguinte, o estado de cada célula que compõe os módulos da bateria. Este procedimento só pode ser realizado com equipamentos específicos e em oficinas especializadas. Embora seja o método mais fiável e preciso, é também o mais invasivo e dispendioso.

2. O Estado das Baterias: Medição Estimada

A medição estimada pode ser feita de duas formas: através da leitura de dados da ficha OBD (On-Board Diagnostics) ou da BMS (Battery Management System). Os dados provenientes da OBD são frequentemente imprecisos, tendendo a apresentar valores errados e, muitas vezes, demasiado otimistas. Já os dados da BMS, apesar de serem ligeiramente mais precisos, estão ainda longe da exatidão que a medição real proporciona.

A fiabilidade dos algoritmos de cálculo de SOH

Os algoritmos utilizados para calcular o SOH baseiam-se em modelos matemáticos que interpretam diversos parâmetros da bateria, como a voltagem, a temperatura e o número de ciclos de carga e descarga. No entanto, estes algoritmos podem ser afetados por vários fatores, como variações de temperatura, estados de carga extremos ou até mesmo calibração inadequada dos sensores. Como resultado, o SOH calculado pode não refletir a verdadeira condição da bateria no momento da medição.

Por exemplo, uma bateria que aparenta estar em bom estado num dia frio pode revelar uma capacidade significativamente reduzida num dia quente, devido ao impacto da temperatura no desempenho dos materiais que compõem a bateria. Além disso, o envelhecimento das células e a degradação química podem não ser captados imediatamente pelos sensores, levando a leituras que não correspondem à realidade.

Em resumo, se deseja ter a certeza absoluta sobre o estado da bateria do seu veículo elétrico, a única forma realmente fiável é através da desmontagem e acesso direto aos terminais das células para uma medição real. Esta operação é crucial, especialmente antes de comprar um veículo usado, para evitar surpresas desagradáveis — o famoso “gato por lebre”. Muitas vezes, até mesmo o vendedor acredita estar a vender um carro em boas condições, confiando nos relatórios de SOH obtidos através da OBD ou da BMS.

Investir numa avaliação especializada pode parecer um custo adicional, mas pode poupar milhares de euros em potenciais problemas futuros. Afinal, como diz o ditado:

“Quem avisa, amigo é.”

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Fonte: PÓS VENDA