Portugal Líder em Mobilidade Elétrica e Sustentabilidade
Portugal tem todo o potencial de se tornar um líder global em mobilidade elétrica e sustentabilidade. Contudo, isso exige uma visão estratégica, liderança e compromisso do novo Governo.
Visão Estratégica para a Mobilidade Elétrica
Portanto, a entrada em funções do novo Governo português, liderado por Luís Montenegro, é o momento crucial para acelerar a transição para a mobilidade elétrica. Portugal pode capitalizar os preços competitivos da eletricidade no país e seu forte compromisso com a sustentabilidade.
Preços Competitivos da Eletricidade em Portugal
Portugal se destaca no cenário europeu não apenas pelos seus preços acessíveis, mas também pelo seu progresso na mobilidade elétrica. O país possui uma vantagem inigualável em comparação com a maioria dos estados-membros. Isso se deve aos preços consideravelmente mais baixos do que a média europeia, impulsionados pelo mercado Ibérico da Energia Eléctrica (MIBEL) e sustentados pela nossa significativa produção de energia renovável. De fato, em abril deste ano, Portugal registou pela primeira vez preços negativos de eletricidade. Entre as 13h e as 15h, o preço atingiu -0,01 euros por megawatt hora (MWh).
Comparação com Outros Países Europeus
De acordo com a plataforma Ember Climate, no primeiro trimestre de 2024, Portugal teve o menor preço grossista de eletricidade na Europa, situando-se em €44,4 por megawatt hora (MWh). Isso representa uma redução de 38% em relação à média europeia. Comparado com 2023, o preço grossista médio de eletricidade em Portugal no primeiro trimestre de 2024 foi ligeiramente inferior ao da vizinha Espanha (€44,76 por MWh). Além disso, a elevada produção renovável em Portugal leva a um elevado volume de exportações de energia renovável. Isso esgota frequentemente a capacidade das interligações com Espanha, resultando em preços mais baixos de eletricidade para os consumidores portugueses.
Oportunidades para o Novo Governo
Acima de tudo, este contexto favorável coloca o novo Governo de Luís Montenegro numa posição única para promover a mobilidade elétrica em Portugal. Algumas medidas essenciais incluem:
Aumentar os Incentivos à Compra de Veículos Elétricos (VEs)
O Orçamento de Estado de 2024, reduzido para 6,1 milhões de euros em apoios à aquisição de veículos elétricos, deve ser reconsiderado. Portanto, aumentar esses valores é uma estratégia crucial para estimular a demanda e a adoção de VEs. Esta medida deve ser cuidadosamente planejada e avaliada, levando em conta o impacto no déficit público.
Investimento na Infraestrutura de Carregamento
É fundamental garantir mais pontos de carregamento disponíveis rapidamente em todo o país. A colaboração constante entre o setor público e privado pode financiar e implementar este investimento. Isso é especialmente importante em áreas rurais, cidades e zonas de alta densidade populacional. Esta expansão deve ser planejada, mas de rápida execução, assegurando uma cobertura adequada às necessidades dos utilizadores.
Simplificação dos Processos Regulatórios
A desburocratização e a agilização da instalação de pontos de carregamento podem incentivar o investimento do setor privado. Isso acelerará a expansão da infraestrutura. O novo Governo deve rever e simplificar os procedimentos administrativos existentes, tornando-os menos burocráticos e mais transparentes. Isso é especialmente importante nas autorizações de projetos de instalação de pontos de carregamento.
Educação e Consciencialização sobre Veículos Elétricos
Campanhas informativas abrangentes são essenciais para desmistificar os mitos sobre os VEs e destacar os seus benefícios económicos e ambientais. Estas campanhas devem utilizar canais de comunicação diversificados para alcançar diferentes públicos-alvo, incluindo consumidores, empresas e decision makers.
Com uma visão estratégica, liderança e compromisso do novo Governo, Portugal tem todo o potencial para se tornar um líder global em mobilidade elétrica e sustentabilidade. Além disso, a colaboração ativa com o setor privado e a sociedade civil será fundamental. Assim, podemos construir um futuro otimista para as próximas gerações.
Fonte: OBSERVADOR